A história oficial do negócio da água em Paços de Ferreira está muito turba, não se descortinando nenhuma clareza desde o início do processo. Depois de dar o dito por não dito, isto é, anunciado o resgate e de seguida optar pelo acordo sem que, os que mandam nisto tudo, expliquem, minimamente, porque mudou a Câmara Municipal de posição! é estranho e cheira muito mal; pior até que a ETAR, a tal que estava resolvida mas precisa agora de mais milhões. Só mais 15, pelos cálculos de quem pede.
Ora o acordo também é um negócio de muitos milhões, a favor da concessionária e em prejuízo do município. Nesta edição ainda não vamos anunciar quanto é que o Município deixa de receber por não explorar a gestão e distribuição da água durante 15 anos. Por acharmos que tal anúncio compete a quem retirou a todos nós essa receita! Talvez não esclareçam. Se assim acontecer cá estaremos para apresentar as contas.
PSD – O embuste do PS e a traição ao concelho com o prolongamento do contrato das águas
Desde 2009, o PS, liderado pelo atual presidente da Câmara, prometeu sucessivas vezes, a remunicipalização da gestão da água e do saneamento, criando falsas expectativas nos pacenses. Durante anos, garantiram que trariam este serviço de volta para o município, defendendo-o dos abusos da concessionária. O que temos agora? Um contrato prolongado por mais 15 anos, oferecido à concessionária, contrariando todas as promessas eleitorais.
O percurso da maioria socialista foi sempre errado. Enquanto faziam crer às pessoas que estavam contra a concessionárias e fingiam um conflito foram tomando, em aparente conluio com a concessionária, várias decisões irresponsáveis e ilegais, que culminaram numa condenação de 70 milhões de euros.
Mais recentemente, em 2022, para tentar disfarçar a irresponsabilidade e a ilegalidade cometidas e que levou à condenação da Camara Municipal pelo Tribunal Arbitral no pagamento á concessionária de 70 milhões, a maioria socialista voltou a fingir que ia instaurar uma ação judicial contra a concessionária, com a alegação de que não estava a cumprir o contrato, mas na verdade e mais uma vez, em aparente conluio com a concessionária estavam a negociar nas costas de toda a gente o acordo de prolongamento do prazo da concessão.
A nossa oposição a este acordo não se limita apenas à traição política do PS, mas em especial ao conteúdo do próprio acordo, que consideramos ser mais um embuste e que trai o nosso concelho.
Este acordo não elimina os potenciais desequilíbrios financeiros futuros, deixa o município exposto a pedidos de compensações que podem continuar a onerar os pacenses. Além disso, não garante uma adequada gestão e preservação da rede de água e saneamento, o que poderá resultar numa infraestrutura obsoleta e degradada no futuro. A posição do PSD está totalmente alinhada com as preocupações levantadas pela ERSAR, que, ao longo dos anos, emitiu vários pareceres destacando as lacunas e ilegalidades no processo. A ERSAR voltou a sublinhar que este acordo não protege adequadamente o município e os seus cidadãos, deixando-nos expostos a incertezas e riscos.
Perdemos uma oportunidade histórica de municipalizar este serviço, como já o fizeram vários municípios em Portugal. Mas não. Escolheram trair o concelho, assinando um acordo que amarra o futuro de Paços de Ferreira à concessionária por mais uma década e meia.
Esta decisão revela a total falta de legitimidade política do Partido Socialista para prolongar o contrato. Durante anos, apregoaram e prometeram exatamente o oposto daquilo que agora decidem. O PS enganou os cidadãos com promessas de remunicipalização e de defesa dos interesses públicos, apenas para tomar uma decisão que vai contra tudo o que prometeram. O movimento M6N, que de 2009 a 2013 serviu como a bengala do PS nas manifestações contra as Águas de Paços de Ferreira, demonstrou que não era mais do que um movimento político com ambições de poder. O seu silêncio de hoje manifesta a traição não só do PS, mas também deste movimento, que enganou e abandonou os milhares de pessoas que os apoiaram.
O PSD de Paços de Ferreira não aceita este acordo e a falta de consistência e seriedade politicas do Partido Socialista ao longo deste processo. O concelho foi enganado e traído, e este será o legado que o PS deixará para as próximas gerações.
É tempo de lutar para que o futuro do concelho seja gerido com seriedade, transparência e em defesa dos interesses dos pacenses.
- POR PSD Partido Social Democrata de Paços de Ferreira
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